Não havia falado ainda
da plaquete Aforismos & Foras da Baronesa de Itaguaí (psicografados por Leila Guenther), que publiquei
em 2024 pela Galileu Edições. Esta iniciativa de Jardel Dias Cavalcanti tem
divulgado traduções e textos éditos e inéditos de diversos autores, como
Augusto de Campos, Gerald Thomas, Rimbaud, Sylvia Plath, no formato simpático
de plaquete, aquele livro fininho, artesanal, com espaço para experimentações.
Aforismos surgiu como um besteirol da
personagem que criei nas redes, a Baronesa de Itaguaí. Seu nome é uma
referência ao Barão de Itararé, pseudônimo de Apparício Fernando de Brinkerhoff
Torelly, perseguido pela ditadura militar por suas frases irreverentes. Aliás, a epígrafe do
livrinho é dele. Tal como o barão, o nome do lugar de onde provém a baronesa é
de origem indígena (o prefixo ita- significa “pedra”). Itaguaí, no caso,
é o cenário do conto “O alienista”, de Machado de Assis, cujo protagonista
interna no hospício todos os habitantes da região. Só tarde é que passei a
gostar do cômico e, em especial, de fazer piada, sobretudo comigo mesma. Acho que isso se relaciona a uma época da vida em que nos importamos cada vez menos
com o que pensam (ou não) de nós e cada vez menos nos levamos a sério. Alguma
vantagem a idade precisa trazer. É difícil aguentar a si próprio quando se é
constantemente chato e sem senso de humor. Trata-se de um exercício intimamente
libertador e também mentalmente instigante, porque comicidade é algo difícil de
criar. Houve quem acreditasse na existência real da baronesa, porque não a
associavam a mim (ex-chata, espero). A imagem da capa, um boneco de vodu com um
detalhe politicamente incorreto, foi criada pelo escritor, artista plástico e
historiador Ronald Polito, um dos sujeitos mais brilhantes que já conheci.
Para quem quiser adquiri-la ou a outras plaquetes, é só falar com Jardel, o editor: galileuedicoes@gmail.com
https://www.instagram.com/galileu.edicoes/
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