terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ana Cristina Cesar

Eu também me mato
todos os dias
às três horas da tarde.
Depois
volto às mesmas coisas
de sempre
até pensar de novo
na minha próxima morte.

(Leila Guenther, O voo noturno das galinhas. Ateliê Editorial, 2006)
 
 
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Different colors made of tears"


(Velvet Underground and Nico, "Venus in furs")

domingo, 27 de outubro de 2013

"No more trouble"



(Playing for change - connecting the world through music: http://playingforchange.com)

sábado, 26 de outubro de 2013

A poesia de Mahmud Darwish

ONZE ASTROS
INCIDINDO NA ÚLTIMA CENA ANDALUZINA
 
 
I
Na última noite
nesta terra 
 
Na última noite nesta terra, arrancamos os dias
das pequenas árvores, e contamos as costelas que levaremos junto
e aquelas que deixaremos aqui, na última noite
não diremos adeus, não teremos tempo para acabar.
Tudo ficará como está, já que o lugar trocará os nossos sonhos
e trocará os nossos hóspedes. De uma hora para outra, não saberemos mais brincar
porque o lugar estará pronto para receber a poeira... Aqui, na última noite,
contemplamos as montanhas rodeadas de nuvens: a conquista... a reconquista
o tempo antigo a entregar ao tempo novo as chaves dos portões.
Entrem, senhores conquistadores, entrem nas nossas casas, bebam do vinho
das nossas doces “muachahat”. Seremos a noite e, finda a meia-noite,
já não haverá mais auroras levadas em dorso de cavalo, ouvido o último muezim.
O nosso chá é verde, é quente, bebam, o amendoim é fresco, comam,
as camas são verdes, a madeira é de cedro, entreguem-se ao sono
depois de tão longo cerco, durmam nas plumas dos nossos sonhos,
os lençóis estão estendidos, os perfumes esperam por vocês à porta, há muitos espelhos, entrem, nós vamos sair de vez, e vamos depois procurar saber
como era a nossa história frente à história de vocês na longínqua terra,
vamos nos perguntar por fim: onde era o Alandalus
aqui ou lá? nesta terra ou no poema?
 
II
Como devo escrever
nas nuvens? 
 
Como devo escrever nas nuvens o testamento dos meus? se eles
abandonam o tempo como abandonam os casacos nas casas, se eles
a toda vez que erguem um forte o destroem para erguer em seu lugar
uma tenda de saudades da primeira palmeira... Os meus traem os meus:
nas guerras em defesa do sal. Mas Granada é toda ouro,
seda de falas bordada com amêndoa, prata de lágrimas impressa nas
cordas do alaúde. Granada é a grande ascensão a si mesma...
Pode ser o que se deseja: saudade de
qualquer coisa que passou ou que vai passar: a asa de uma andorinha
roça o seio de uma mulher na cama, e ela grita: Granada é meu corpo.
Alguém perde a gazela nos prados, e grita: Granada é minha terra.
Eu sou de lá. E você, cante para que os rouxinóis façam destas costelas
uma escada que leva ao céu nada distante. Cante o heroísmo de quem sobe o cortejo,
lua após lua, pelo beco da amante. Cante as aves do jardim
em cada pedra. Como eu o amo! Você, que pouco a pouco
me quebrou a caminho da noite quente, cante!
Não haverá mais a manhã para se sentir o cheiro do café, depois da sua partida. Cante, cante a minha saída.
Deixei o arrulho das pombas nos seus joelhos, deixei o ninho da minha alma
nas letras do seu doce nome, Granada do meu canto, cante! 
 
III
Depois do céu
tenho um céu... 
 
Depois do céu tenho um céu para voltar, mas
ainda lustro o metal deste lugar, e vivo
a hora que vê o oculto. Sei que o tempo
não repete o nosso acordo, sei que sairei do
meu estandarte como uma ave que não pousa nas árvores do jardim,
sairei da minha pele, e da minha língua
cairão palavras de amor como o amor da
poesia de Lorca que habitará o meu quarto
e verá o que eu vi da lua beduína. Sairei das
amendoeiras como o algodão sai das espumas do mar. Um estranho passou
levando setecentos anos de cavalos. Um estranho passou
aqui, como passa também lá. Sairei em breve
das rugas do meu tempo, como um estranho, rumo à Síria e ao Alandalus.
Esta terra não cobre o meu céu, mas esta tarde é minha,
as chaves são minhas, meus são os minaretes e os lampiões, eu
também sou meu. Sou o Adão de dois paraísos, que perdi duas vezes.
Expulsem-me, mas devagar,
matem-me, mas devagar,
debaixo da minha oliveira,
com Lorca... 
 
IV
Sou
dos últimos reis  
 
Sou dos últimos reis... apeei da
égua no último inverno, sou o último suspiro árabe.
Não apareço no mirto por cima dos telhados, não
olho ao redor para ver se alguém me vê, alguém que me conhecesse de antes,
que soubesse que lapidei o mármore da fala para a minha mulher atravessar
descalça as manchas de luz, não apareço na noite para
não ver a lua que acendia os segredos de Granada
em cada corpo. Deixo de olhar a sombra para não ver
alguém carregando o meu nome e vindo atrás de mim:
retire de mim o seu nome e dê-me
a prata do álamo. Não me viro para trás para não
lembrar que passei sobre este chão. Não há chão nesta
terra desde que o tempo se partiu ao meu redor em mil fragmentos.
Não fui um apaixonado para acreditar que as águas fossem espelhos,
como eu disse aos antigos amigos, nenhum amor intercede por mim,
desde que aceitei o “acordo de paz” não tenho presente
para passar perto a manhã do meu passado. Castela erguerá
uma coroa sobre o minarete de Deus. Ouço o barulho das chaves na
porta dourada da História, adeus à nossa história, serei eu
que vai trancar a ultima porta do céu? Sou o último suspiro árabe. 
 
V
Um dia, sentarei
na calçada 
 
Um dia sentarei na calçada... na calçada de uma estranha.
Não terei sido um narciso, embora eu defenda a minha imagem
nos espelhos. Você já não esteve um dia aqui, estranho?
Quinhentos anos se passaram, e a nossa separação ainda está incompleta,
as nossas cartas não foram interrompidas, as guerras
não modificaram os jardins de Granada. Um dia passarei por suas luas
e roçarei o meu desejo num limão... Abrace-me para eu poder renascer
dos aromas de um sol e de um rio sobre os seus ombros, e dos pés
que arranham a tarde, e a tarde que chorará como leite para a noite do poema...
Não terei sido um passante na palavra dos cantadores... eu seria
a própria palavra dos cantadores, a paz de Atenas e Pérsia,
um Oriente que abraça um Ocidente na partida rumo a uma essência única.
Abrace-me para eu poder renascer das espadas damascenas nos mercados.
Nada sobrou de mim além do escudo antigo e da cela dourada do meu cavalo.
Nada sobrou de mim além de um manuscrito de Averróis, o Colar da Pomba, e as traduções...
Eu costumava sentar na calçada da Praça Margarida
e contava as pombas: uma, duas, trinta... contava as meninas
que disputavam a sombra das árvores sobre o mármore,
e as folhas da idade me abandonavam amarelas.
O outono passou por mim, e eu não percebi,
todo o outono passou, e a nossa história passou na calçada...
                                     e eu não percebi! 
 
VI
A verdade tem duas caras
e a neve é negra 
 
A verdade tem duas caras e a neve é negra na nossa cidade.
Já não somos capazes de desespero como antes, e o fim caminha para
a muralha, com passos firmes,
sobre este azulejo molhado de lágrimas, com passos firmes.
Quem baixará as nossas bandeiras: nós, ou eles? E quem
nos lerá “o acordo de paz”, ó rei da agonia?
Tudo está preparado, quem arrancará os nossos nomes
da nossa identidade: você ou eles? E quem semeará em nós
o discurso da arrogância: “Não conseguimos romper o cerco,
entreguemos as chaves do paraíso para o ministro da paz, e salvemo-nos...”
A verdade tem duas caras, o lema santo era uma espada para nós e
sobre nós, e então o que você fez do nosso forte antes desse dia?
Você não lutou porque temia a morte, mas o seu trono é um caixão,
carregue então o seu caixão para salvar o trono, ó rei da espera.
Esta paz fará de nós um punhado de pó....
Quem vai nos enterrar os dias depois que tivermos ido: você ou eles? Quem
levantará as bandeiras deles sobre as nossas muralhas: você ou
um cavalheiro sem esperanças? Quem pendurará os sinos em cima da nossa partida:
você ou um guarda miserável? Tudo está preparado para nós,
então por que delonga a negociação, ó rei do agonia? 
 
VII
Quem sou eu
terminada a noite da estranha? 
 
Quem sou eu terminada a noite da estranha? Acordo do meu sonho
com medo da ambigüidade do dia no mármore da casa, da
penumbra do sol nas rosas, da água do meu chafariz,
com medo do leite nos lábios do figo, com medo
da minha língua, com medo do ar a pentear um salgueiro, com medo
da obviedade do tempo denso, e de um presente que não é mais
presente, com medo da minha passagem por um mundo que não é mais
o meu mundo. Ó desespero, seja misericórdia. Ó morte, seja
bênção para o estranho que vê o oculto mais claro
que uma realidade que deixou de ser realidade. Cairei de uma estrela
do céu numa tenda a caminho de onde?
Onde está o caminho para qualquer coisa? Vejo o oculto mais evidente que
uma rua que não é mais a minha. Quem sou eu terminada a noite da estranha?
Eu caminhava até a essência nos outros, e aqui estou
perdendo a essência e os outros. Meu cavalo desapareceu na costa atlântica,
o meu cavalo na costa mediterrânea finca em mim a lança cruzada.
Quem sou eu terminada a noite da estranha? Não consigo retornar aos
meus irmãos perto da palmeira da velha casa, não consigo descer
até o fundo do meu abismo. Ó oculto! Não há coração para o amor... não
há coração para o amor onde eu possa morar, terminada a noite da estranha...
 
VIII
Seja a corda para a minha guitarra,
ó água
 
Seja a corda para a minha guitarra, ó água: os conquistadores chegaram,
os antigos partiram. É difícil lembrar o meu rosto
nos espelhos. Seja-me a memória para eu lembrar o que perdi...
Quem sou eu depois da coletiva partida? Tenho uma rocha
que carrega o meu nome sobre colinas que veem o que passou
e acabou. Setecentos anos me acompanham atrás dos muros da cidade...
Em vão o tempo gira para eu salvar o meu passado num instante
que faz nascer agora a história do meu exílio em mim... e nos outros...
Seja a corda para a minha guitarra, ó água, os conquistadores chegaram,
os antigos partiram para o sul, povos restaurando os seus dias
nos escolhos da transformação: sei quem fui ontem, mas o que serei
amanhã sob as bandeiras atlânticas de Colombo? Seja a corda
para a minha guitarra, ó água. Não há Egito no Egito, nem
Fez em Fez, e Damasco está distante. Não há nenhum sacre
na bandeira da minha gente. Não há rio ao leste do palmeiral cercado
com os cavalos rápidos dos mongóis. Em que Alandalus vou terminar? Aqui
ou lá? Saberei que morri e que deixei aqui
o que há de melhor em mim: o meu passado. Nada me sobrou além da minha guitarra.
Seja a corda para a minha guitarra, ó água. Os conquistadores se foram,
os conquistadores chegaram... 
 
IX
Na grande partida,
eu te amo mais... 
 
Na grande partida eu a amo mais, e em breve
você fechará a cidade. Não há um coração para mim na sua mão, nem
um caminho que me leve. Na grande partida eu a amo mais.
Não há leite para a romã na nossa varanda depois que você tiver ido. O palmeiral diminuiu,
diminuiu o peso das colinas, nossas ruas diminuíram no crepúsculo,
a terra diminuiu quando se despediu de sua terra. As palavras diminuíram,
as histórias diminuíram na escada da noite. E o meu coração está carregado.
Deixe-o aqui ao redor da sua casa a bater e chorar o tempo bom.
Não tenho outra pátria além dele. Na partida eu a amo mais.
Esvazio a alma das últimas palavras: eu a amo mais.
Na partida, as borboletas guiam as nossas almas, na partida
lembramos o botão da camisa que se despreendeu, e esquecemos
a dança dos cavalos nas noites das nossas núpcias, na partida
nos igualamos às aves, sentimos compaixão dos nossos dias, basta-nos o pouco,
de você, basta-me a adaga dourada que faz dançar o meu coração assassinado.
Mate-me, devagar, para que eu possa dizer: eu a amo mais do que
eu disse antes da grande partida. Eu a amo. Nada dói em mim.
Nem o ar, nem a água... a sua manhã é uma manhã sem manjericão,  na sua tarde nenhum lírio dói em mim... depois da grande partida.
 
X
Do amor não quero nada
além do início 
 
Do amor não quero nada além do início, nas praças da minha Granada
as pombas remendam as vestes do dia.
As jarras estão cheias de vinho para a festa depois da nossa partida.
Sobram muitas janelas nas canções para explodir a flor de granada  
 
Deixo o jasmim no vaso, deixo o meu coração pequeno
no armário da minha mãe, deixo o meu sonho rindo na água,
deixo a aurora no mel do figo, deixo o meu dia e anoiteço
na senda até a Praça da Laranja onde as pombas revoam.
 
Teria sido eu quem desceu até os seus pés para erguer a fala?
Lua branca no leite das suas noites... bate o vento
e eu vejo a rua azul da flauta... bate a tarde
e eu vejo como adoece entre nós o mármore. 
 
As janelas abandonaram os pomares do seu xale. Em outro
tempo eu sabia muito sobre você, colhia gardênias
dos seus dedos. Em outro tempo obtinha pérolas
torneando o seu colo, e um nome num anel por onde iluminava o escuro.
 
Do amor não quero nada além do início, as pombas voaram
acima da última esfera do céu, as pombas voaram, revoaram.
Restará muito vinho nas jarras, depois da nossa partida,
basta bem pouca terra para nos encontrar e se dar a paz. 
 
XI
Violinos
 
Violinos choram: vão-se os ciganos a Alandalus.
Violinos choram: vão-se os árabes de Alandalus.
 
Violinos choram: o tempo ido é sem retorno.
Violinos choram: a pátria ida terá retorno.
 
Violinos queimam: a mata é escuridão distante.
Violinos sangram: sentem pulsar o sangue.  
 
Violinos choram: vão-se os ciganos a Alandalus
Violinos choram: vão-se os árabes de Alandalus. 
 
Violinos: cavalos nas cordas da miragem, na água gemente.
Violinos: campo violáceo selvagem, longe, circundante.
 
Violinos: fera fustigada, unha de mulher, o roçar do toque.
Violinos: escala menor, sons de exército em cemitério de mármore.
 
Violinos: loucos corações no rodopiar de pés da dançarina.
Violinos: bando de aves a migrar da bandeira não erguida.
 
Violinos: seda encrespada, queixas de mulher à noite sozinha.
Violinos: voz de vinho distante a evocar o dia vencido.
 
Violinos: me seguem, aqui, ali, para vingarem-se de mim.
Violinos: para matarem-me, onde quer que eu termine.
 
Violinos choram pelos árabes que se vão de Alandalus.
Violinos choram com os ciganos que se vão a Alandalus.
 
 
 
(Do livro Onze Astros, de 1992).
 
 
Traduções de Michel Sleiman e Safa Jubran.
 
 
 
*
Mahmud Darwish ou Mahmoud Darwich (Al-Birweh, 1942 - Houston, 2008), poeta e escritor palestino. A vila em que nasceu foi inteiramente arrasada pelas forças  de ocupação israelenses,  em 1948, durante a Nakba, e a família do poeta refugiou-se no Líbano, onde permaneceu por um ano. Voltou clandestinamente ao seu país e descobriu que o vilarejo onde nasceu fora substituído pela colônia agrícola israelense de Ahihud. Mahmoud Darwish foi preso diversas vezes entre 1961 e 1967,  e a partir da década seguinte passou a viver como refugiado até ser autorizado a retornar à Palestina, para comparecer a um funeral, em maio de 1996. Darwish é o autor da Declaração de Independência Palestina, escrita em 1988 e lida pelo líder palestino Iasser Arafat, quando declarou unilateralmente a criação do Estado Palestino. Membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afastou-se do grupo em 1993, por discordar dos Acordos de Oslo. Darwish é considerado o poeta nacional da Palestina. Seu trabalho foi traduzido em mais de 20 línguas.
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Depois do despertar



(David Grubin, The Buddha. Parte 2*)
* A primeira parte trata da história de Sidarta Gautama, do nascimento ao seu "despertar". A segunda se detém em sua descoberta e em sua doutrina.


sábado, 19 de outubro de 2013

Pietà


Fotografia que Stan Grossfeld fez na Etiópia, em 1985. A criança morreu algumas horas depois.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Satori

Sentado, distraído, na pedra
                          ao lado da cachoeira
– eu sou um buda
            de cabelos nublados
                           e dedos de borracha.

A água fria
              franze a pele das costas.
A samambaia sorri
             com suas folhas
                           crispadas pelo vento.


Nada fora de lugar.
                  Nenhum caos mental.


Pelado, pêlos eriçados
                   – secando ao sol
sou apenas
               mais uma
                            espécie de vida
                                                 entre muitas –
viajando pelo tempo
                           – que nunca existiu

(Ademir Assunção)
 
 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Saindo do forno

Os cães não latiam, não se agitavam, mas ele sabia que o vigiavam. Concentrou a audição no ruído do veículo que se aproximava lentamente, até se apagar. Ouviu conversa de homens, o baque das portas ao serem fechadas. A corrente mexeu-se, foi puxada por fora, e então abriram a porta.
Empurraram os gêmeos para dentro. Pacato olhou-os, e viu Cuíca manietado por dois homens e Fiapo com o rosto inchado.
Ouviu quando os outros homens pararam de conversar.
A voz autoritária disse-lhe tudo, a voz e o jeito de andar, de pisar o chão, Pacato Patrício conhecia. À frente dos homens, apareceu o capataz. Pacato olhou-o e baixou a vista.
— Não precisamos mais de você. Pode ir — disse o capataz.
Pacato Patrício olhou para os irmãos e viu que eles tremiam. Caminhou lentamente na direção da porta e viu a aurora cinzenta na barra do horizonte. Não parou para olhar para trás.
Dois homens seguravam os cães. Ele saiu para a estradinha, de olho no nascente. Então ouviu, nítidos, os quatro estampidos.
 
(Jádson Barros Neves*, Consternação. Anajá, Casarão do Verbo, 2013)
 

* vencedor do Concurso Internacional de Contos Guimarães Rosa de Radio France Internationale/Paris, em 2000, do concurso de contos Cidade de Fortaleza/2003 e do Prêmio Cidade de Belo Horizonte, na categoria livro de contos inéditos, em 2008.