quarta-feira, 16 de março de 2022

A história do budismo pelas mulheres ocidentais

Duas excelentes obras sobre a história do budismo escritas por mulheres (para iniciantes ou iniciados, publicadas pela L&PM)



“Conviver com uma abordagem da vida fora do âmbito de uma verdade única ou de um deus criador permite melhor se situar, até mesmo se redefinir em relação às ideias recebidas, e examinar com mais lucidez a própria responsabilidade na aventura humana. A redescoberta do budismo, ou sua reavaliação na ótica da sociedade atual, globalizante e enredada em antagonismos, talvez ateste a lenta tomada de consciência de um mal-estar, senão de uma doença, cujo diagnóstico o Buda histórico já havia apresentado. Ao afirmar que a fonte da malignidade, e portanto do ódio – de si ou dos outros –, encontra-se no desejo egoísta – desejo de poder, desejo de possessão, desejo de dominação –, o Despertado indica o ponto sensível. Ele também oferece o remédio, mas não pode tomá-lo no lugar da pessoa”. 

(Claude B. Levenson, Budismo. Trad. Rejane Janowitzer. L&PM, 2013)

 

 


“O budismo, visto do Ocidente [no séc. XIX], apresentava problemas. Como seria possível de fato compreender um fenômeno religioso que não se preocupa com a criação nem com deus – ou pelo menos com os deuses? Como uma doutrina que nega a existência da alma pode ter a pretensão de ser chamada de religião? Seu fundador nem se apresenta como um profeta. Buda, como observou, consternado, Jules Barthélemy-Saint-Hilaire, ‘ignora Deus de maneira tão completa que nem procura negá-lo’.” 

(Sophie Royer, Buda. Trad. Ana Ban. L&PM)

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário