Pisava
com leveza nos presságios
Tocando
cada lugar de sua ausência
Onde não
há água para respirar
Todos os
seres têm seu rosto
Inclusive
o menino estrangeiro de cabelo mapuche que pela [primeira vez me beijou na saída da escola
Me leve
para o seu deserto
Para o
meu elemento
Lá onde
céu nenhum "nos protege de nós mesmos"
Abri a
janela dos seus altiplanos
Para
nadar nos seus olhos:
Faz frio demais quando estamos sozinhos
O que você vê nos olhos de quem olha?
Atrás de mim me espreitam três mil páginas de Bolaño
Trancarei o medo em meus braços
Com a
chave que usou para abrir a jaula onde me esqueceram [desde o século
XIX
Sobrevivo
há muito tempo
Das
lembranças que não tivemos
Porque
éramos coisas de outros donos
Agora
moro em um novo altar
(Leila Guenther, 1948)
Deus tá de férias e manda lembranças!! Adorei. :)
ResponderExcluirque bom, Bruno!
ResponderExcluirQue poema lindo! Gosto de versos que transbordam uma mística assim: repleta de profana descrença.
ResponderExcluirHá imagens belíssimas emaranhadas nesses versos. Que bom que alguns caminhos dessas infovias, que nem sei precisar quais foram, me trouxeram aqui.
Tenho a impressão de que meu comentário anterior se perdeu. Retorno, então, apenas para registrar que achei lindo esse poema, repleto de sacra e profana dúvida diante da certeza da impermanência de todas as coisas...
ResponderExcluirObrigada, Teofilo! Fico feliz em saber...
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