Do meu Livro de Travesseiro (I)
Lembranças que perdemos: um quimono
bordado pelo bisavô com linhas de seda que ele próprio tingiu. Na altura da
nuca, o símbolo da família, em lilás, que eu gostaria de ter tatuado para não
me esquecer de como era. Da bisavó, um andor em miniatura, sobre o qual um
pequenino casal de madeira se equilibrava. A caneta-tinteiro do avô que buscava
a perfeição dos kanjis. O caderno de receitas da avó, escrito no português todo
peculiar que ela inventou.
(Leila Guenther)
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